Macau – Um homem, dois olhares – Razões de uma “descolonização exemplar” Joaquim Chito Rodrigues ISBN: 978-972-780-830-4 Edição: 1.ª Edição outubro 2022 Páginas: 520 Formato: 170x230mm Editora: Âncora Editora Coleção «Fim do Império»
«Ora, esta obra, intitulada Macau: Um Homem… Dois Olhares. Razões de Uma «Descolonização Exemplar», da autoria do General Chito Rodrigues, revela-nos, na sua essencialidade político-circunstancial, mais um capítulo, um capítulo importante, da descolonização portuguesa. Capítulo, aliás, único, pela sua manifesta e reconhecida exemplaridade. Na verdade, a descolonização portuguesa, salvo Macau, nada teve de exemplar, como reconheceu o próprio Melo Antunes, em entrevista concedida à RTP. Terá, mesmo, sido trágica, pelas suas consequências para os povos descolonizados, sobretudo de Angola e Moçambique, entre os quais se encontravam inúmeros africanos pelo nascimento e portugueses pela ancestralidade.
E foi assim, é necessário esclarecê-lo e assumi-lo, pela manifesta incapacidade política do regime deposto em abril de 1974 e pelo facto de já não ser possível, nessa altura, corrigi-la. Na verdade, já não era, então, possível conquistar o apoio de Washington para a descolonização portuguesa e, com esse apoio, suster o apetite geoestratégico e geoeconómico de Pequim e de Moscovo por Angola e, também, Moçambique. Mas, mesmo que esta circunstância, militar e politicamente, determinante não existisse, descolonizar bem era praticamente impossível para Portugal. Impossibilitavam-no múltiplas circunstâncias que Portugal já não podia salvar e, assim, salvar a própria descolonização. Não era, então, já, possível reverter a opinião pública mundial acerca da capacidade de Portugal bem descolonizar.
«Descolonização exemplar», como se referiu já, só ocorreria em Macau. Com frequência, ainda se ouve, ou lê, a afirmação, até de autores altamente responsáveis, que, se tal aconteceu, foi porque a República Popular da China não quis que fosse de outra maneira. A verdade histórico-política, como o autor desta obra, Chito Rodrigues, no-lo demonstra, foi bem diferente.» Do Prefácio, General António Ramalho Eanes, do Prefácio
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