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Núcleo de Torres Vedras – 98.º aniversário do Núcleo e 22.º do Memorial aos Combatentes do Ultramar

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O Núcleo de Torres Vedras da Liga dos Combatentes assinalou em 2 de junho o seu 98.º aniversário e, em simultâneo, o 22.º da edificação do monumento/memorial na cidade às dezenas de soldados torrienses mortos no ultramar.
Durante a cerimónia, presidida pelo Secretário-geral da Liga, Coronel Faustino Lucas Hilário, foram recordados e homenageados os mais de cinquenta jovens que pereceram na guerra do Ultramar.
Com a deposição de flores, por parte de familiares de soldados tombados no Ultramar, e de uma coroa em nome do Núcleo, os antigos Combatentes, as suas famílias e os demais que, entretanto, se associaram à cerimónia, evocaram e homenagearam os entes queridos e camaradas falecidos.
Participou nesta evocação solene, o vereador da Câmara Municipal, Nelson Aniceto, que enfatizou a importância destes atos, sobretudo na transmissão do conhecimento às novas gerações bem como uma oportunidade de reflexão sobre o papel do combatente no passado e nos dias de hoje. Estiveram também presentes, para além de um representante das juntas de freguesia da cidade e do Diretor do Centro de Apoio Social de Runa, presidentes ou representantes da Delegação do Núcleo na Lourinhã e dos Núcleos de Caldas da Rainha, Mafra, Peniche e Vila Franca de Xira com os respetivos guiões e porta-guiões.
O diácono Joaquim Cruz, antigo alferes miliciano em Angola, ainda que numa natural abordagem mais teológica, não deixou de chamar a atenção para aquilo que considera “uma tentativa de alguns nos últimos tempos em ignorarem e fazerem por esquecer os nossos combatentes, quando esta é uma história do passado das nossas vidas de que nós não nos envergonhamos nunca, porque jurámos e cumprimos aquilo que no devido contexto nos pediram para fazer”, afirmou.
No decorrer da cerimónia, foram impostas Medalhas Comemorativas das Campanhas das Forças Armadas Portuguesas a oito antigos combatentes que prestaram serviço nas ex-províncias ultramarinas de Angola, Guiné e Moçambique, nomeadamente: José Sarreira (Angola 61/64), Mário Reis (Angola 66/68), João Santos (Guiné 70/72), José Silva (Guiné 71/73), José Santos (Angola 71/74), João Pereira (Moçambique 73/74), António Filipe (Angola 73/74) e Ligório Cristóvão (Angola 74/75).
Foram ainda condecorados com a Medalha de Bons Serviços da Liga dos Combatentes (Grau Ouro) os membros da direção do Núcleo de Torres Vedras: Armando Aparício, Manuel Cristóvão e João Lopes.
O Secretário-geral, Coronel Faustino Hilário, na sua intervenção, deu particular enfoque, assinalando o tardio da entrega das medalhas, dizendo “mais de 50 anos depois do momento oportuno, é revelador do modo como os antigos Combatentes sempre foram tratados!”, apontando a responsabilidade aos decisores políticos, que desde o início “não quiseram saber quem regressava, nem como, nem dar justificações aos familiares dos que não regressavam”. Hoje, “esquecem-se e alguns negam as evidências que fomos nós, combatentes e familiares que permitimos que ocorresse o 25 de abril”, afirmando que a Liga vai continuar a insistir na defesa das suas propostas para o estatuto do antigo combatente, no que diz respeito ao reconhecimento, no acesso à saúde e apoio financeiro, entre outros aspetos.
O evento teve o seu epílogo sob a forma de convívio à mesa de um popular restaurante na região.

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