Evocamos hoje o “9 DE ABRIL – DIA NACIONAL DO COMBATENTE”, rememorando a data e os militares portugueses que naquele dia e na batalha de La Lys, deram de si o melhor para escrever história à História dos Feitos Militares Portugueses naquele conflito de 1914 – 1918.
Os Combatentes de ontem, de hoje e cremos que no futuro, constituem-se num exemplo de cidadãos que abnegadamente serviram Portugal ao serviço das Forças Armadas, na Marinha de Guerra, no Exército e na Força Aérea e na Marinha Mercante.
Relembramos hoje e 104 anos depois, a valentia de que deram prova e a entrega pessoal dos Militares Portugueses à contenda que ocorreu naquela madrugada de 9 de Abril, em solo francês, ao Serviço de Portugal e lutando para restabelecer a Paz na Europa.
Como forma de reconhecimento celebramos o seu esforço, doação e dádiva suprema, nesta data e Dia, reservado para que sejam relembrados, homenageados e agraciados os Combatentes pelo esforço prestado no cumprimento da Missão que então lhes foi cometida.
Ao longo de décadas, Presidentes da Republica, Primeiros- Ministros, Ministros da Defesa Nacional, Secretários de Estado da Defesa Nacional, Generais e Almirantes Chefes de Estado Maior General das Forças Armadas, outros Generais e Almirantes acrescentaram caráter nacional a esta EVOCAÇÃO, homenageando neste simbólico dia, essa exemplar e abrangente figura do COMBATENTE. Igualmente, e até esta data, com o mesmo simbolismo evocativo que abrange a Liga dos Combatentes e os seus Núcleos inserto no assinalado DIA DO COMBATENTE, são conduzidas pelos Núcleos da LC cerimónias evocativas que vincam indelevelmente este dia de Memória, efetuando cada Núcleo uma cerimónia simples que destaca a data vivida e consubstanciando nela o esforço de todos os Combatentes Portugueses intervenientes nos conflitos do Século XX.
Nessa cerimónia, simples de aparato e grandiosa no significado, uma coroa de flores e uma prece constituem-se em oferendas junto dos monumentos aos Combatentes da Grande Guerra, ou na romagem efetuada aos talhões da Liga dos Combatentes, atos de simbolismo e elevação protagonizados pelos Núcleos da Liga dos Combatentes no País ou no estrangeiro.
As mais distintas figuras do país, no espaço fronteiro ao MONUMENTO DE SANTA MARIA DA VITÓRIA na Vila da Batalha e na SALA DO CAPÍTULO, perante o símbolo entre símbolos – O TÚMULO DO SOLDADO DESCONHECIDO – proferem a oração fundamental das nossas cerimónias, dissertando no ALTAR DA PÁTRIA, com subida apologia ao COMBATENTE e ao SOLDADO DESCONHECIDO PORTUGUÊS.
Para local de celebração e memória, escolheu-se em 1921, o MOSTEIRO DE SANTA MARIA DA VITÓRIA, mais conhecido como MOSTEIRO DA BATALHA, não existindo um melhor lugar para receber os dois soldados que se tornariam símbolo dos que caíram na Grande Guerra.
Ainda hoje esses dois Combatentes se encontram sob a abóbada da Casa do Capítulo, com a presença constante de uma “Chama Eterna”, proveniente do Lampadário Monumental elaborado por Lourenço Chaves, com Guarda de Honra permanente e sob a proteção do mutilado mas belo, “Cristo das Trincheiras”, num conjunto tangível e espiritual destinado a honrar os soldados que morreram em tempo de guerra sem que os seus corpos tenham sido identificados. Os memoriais deixam de ser meramente comemorativos para passarem a ser lugares de justiça, reconciliação, lembrança e luto.
A Batalha de La Lys foi uma enorme ofensiva militar alemã focada ao norte da fronteira franco-belga, na região da Flandres, durante a Primeira Guerra Mundial. Também conhecida como Operação Georgette, Ofensiva do Lys, Quarta Batalha de Ypres, fez parte da chamada Ofensiva de Primavera, onde os alemães pretendiam romper as linhas Aliadas de uma vez por todas na Frente Ocidental europeia.
A Operação Georgette acabou falhando em seus objetivos principais e terminou sendo inconclusiva para os alemães no quadro geral da guerra, dando vantagem tática aos Aliados. Nesta batalha, que marcou fortemente a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial, os exércitos alemães infligiram um insucesso tático às tropas portuguesas em La Lys, integradas no exército Inglês, mas ficaram longe de contrariar os ALIADOS e de atingir os objetivos que pretendiam, ou seja, tomar de vez a região de Ypres e expulsar os britânicos dos portos belgas.
É tudo o que se refere anteriormente que enquadra as cerimónias levadas a cabo pela Liga dos Combatentes no seu todo, cerimónias que se concretizam, ano após ano, com forte empenho dos Núcleos e seus Associados, divulgando uma data e um esforço sobre humano dos seus protagonistas – OS COMBATENTES PORTUGUESES – naquele conflito que julgávamos nunca mais ver repetido…
Aos Núcleos da LC exorto uma vez mais a empenharem-se nas cerimónias a realizar nos lugares de justiça, reconciliação, lembrança e luto, onde anualmente celebramos esta data, por forma sentida e nobre como Combatentes que somos.
Lisboa e Liga dos Combatentes, 9 de Abril de 2022
O Presidente da Liga dos Combatentes Joaquim Chito Rodrigues Tenente-general