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Comemorações da Batalha de La Lys – França

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Decorreram no fim de semana de 2 e 3 de abril, em França, as cerimónias de homenagem à memória dos militares portugueses do Corpo Expedicionário Português mortos durante a Primeira Guerra Mundial, assinalando o 104.º aniversário da Batalha de La Lys.
No dia 2 de manhã, as cerimónias realizaram-se no Cemitério Militar Português de Richebourg e junto ao Monumento aos portugueses mortos na Grande Guerra em La Couture, na região de Nord-Pas-de-Calais, com a presença do Chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), Almirante António Silva Ribeiro, e o seu homólogo francês, General Thierry Burkhard.
Estiveram igualmente presentes o Embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira, o Chefe do Estado-Maior do Exército Português, General José Nunes da Fonseca, o Cônsul-geral de Portugal em Paris, Embaixador Carlos Oliveira, a “Sous-Préfète” de Béthune, Madame Chantal Ambroise, o “Maire” de Richebourg, Monsieur Jérôme Demulier, o Presidente da Liga dos Combatentes de Portugal, Tenente-general Chito Rodrigues, o Reverendíssima Bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, D. Rui Valério, e uma delegação de militares das Forças Armadas Portuguesas junto da NATO e da União Europeia na Bélgica.
As cerimónias foram enquadradas elementos das Forças Armadas Francesas e Portuguesas, sendo que de Portugal estiveram 32 militares e alunos (7 da fanfarra, 19 cadetes das Academias – 6 EN, 7 AM, e 6 AFA -, 3 alunos do Colégio Militar e 3 alunos do Instituto Pupilos do Exército).
Na cerimónia realizada em Richebourg foram condecoradas 3 pessoas com a Cruz de São Jorge de 1ª Classe, medalha privativa do EMGFA: o anterior “Maire” de Richebourg, Gerard Delayer, o Padre Carlos Caetano e o Sr. Marques Roque, Presidente do Núcleo da Liga dos Combatentes de Richebourg, que fruto de um extraordinário desempenho, contribuíram significativamente para a eficiência, prestígio e cumprimento da missão do Estado-Maior-General das Forças Armadas e da Liga dos Combatentes, designadamente no apoio prestado ao Cemitério Português de Richeboug, concorrendo para a dignificação de Portugal.
Importa referir, que foram realizados melhoramentos significativos no Cemitério Português com apoio do EMGFA.
Na tarde do dia 2 foi também inaugurado o Jardim da Paz Português, inserido no novo bosque de Richebourg, perto do Cemitério Português onde estão sepultados 1.831 soldados mortos na Primeira Guerra Mundial.
Para homenagear o sacrifício das tropas lusas, o atelier português KWY.studio & Baldios apresentou o projeto “Mesa”, que consiste num banco circular em mármore azul, proveniente de Portugal, integrado no centro do jardim, onde as pessoas se podem reunir, num convite à reflexão sobre os confrontos de há um século.
No dia 3 de abril, as cerimónias prosseguiram em Boulogne-sur-Mer, junto do Memorial Português no Cemitério Internacional, e em Ambleteuse, junto ao Memorial da Cruz Vermelha e no Cemitério daquela localidade, tendo sido presididas, pela parte portuguesa, pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, General José Nunes da Fonseca, em representação do Almirante Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
A cerimónia junto do Memorial Português no cemitério de Boulogne-sur-Mer, homenageou a memória de 44 soldados do Corpo Expedicionário Português (CEP) que participou na Grande Guerra, que ali estão sepultados.
Além de um importante centro estratégico para as forças aliadas, Boulogne-su-Mer foi, no decurso da Primeira Guerra Mundial, também a base do Corpo Expedicionário Português, onde estavam sediadas as infraestruturas de comando, de sustentação logística e sanitárias.
As cerimónias de evocação da Batalha de La Lys prosseguiram em Ambleteuse, com uma homenagem à memória dos soldados portugueses caídos em combate entre 1916 e 1918, junto do monumento existente naquela cidade, erigido pela Cruz Vermelha Portuguesa em 1919.
Em Ambleteuse funcionou a área da retaguarda do CEP, onde esteve inserido um Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, o Serviço Postal de Campanha e outros serviços logísticos, e para onde mais tarde, após a Batalha de La Lys, foi transferido o Quartel-General do CEP.
Seguiu-se a inauguração de uma Cruz de Cristo no cemitério de Ambleteuse, evocativa da presença portuguesa na Grande Guerra.
Esta inauguração ocorreu após a realização de ações de reabilitação conduzidas pela “Mairie” de Ambleteuse, em colaboração com o Estado-Maior-General das Forças Armadas e da Liga dos Combatentes.
Por último, refira-se que assistiram a estas comemorações várias centenas de populares, alguns descendentes de combatentes portugueses que casaram com francesas e se radicaram naquela região.
Durante a cerimónia foi proferida uma alocução pelo Presidente da Delegação de Paris da Liga de Combatentes, Georges Viaud, alusiva à participação do Corpo Expedicionário Português na Grande Guerra.
Seguiu-se a inauguração de uma exposição fotográfica evocativa da presença portuguesa em Ambleteuse durante a primeira guerra mundial, realizada com recurso a imagens pertencentes ao acervo histórico da “Mairie”, que atualmente é presidida por um descendente de combatente português.

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