O Núcleo de Cantanhede da Liga dos Combatentes marcou presença com o seu Guião, Direção e vários combatentes. O Centenário do Armistício da I Grande Guerra Mundial foi assinalado em Cantanhede com várias ações em torno do significado da efeméride. Devido às condições atmosféricas adversas, a celebração decorreu no salão nobre dos Paços do Concelho, às 11 horas da manhã do dia 11 de novembro, precisamente à hora e na data em que se completaram 100 anos sobre a assinatura do acordo de paz, com uma cerimónia evocativa em que as representações de todas as Juntas de Freguesia estiveram identificadas com as respetivas bandeiras, assinalando assim a participação no conflito dos 474 combatentes oriundos do concelho.
Depois do momento simbólico da libertação de pombos, a presidente da Câmara Municipal procedeu à deposição de uma coroa de flores junto da placa toponímica que passará a identificar a Álea dos Combatentes, designadamente a calçada entre o Largo e a Capela de S. Mateus e a Rua dos Bombeiros Voluntários. Entre os presentes encontravam-se o presidente da Assembleia Municipal, João Moura, o vice-presidente da autarquia, Pedro Cardoso, os vereadores Adérito Machado, Célia Simões, Luís Silva e Gonçalo Magalhães, elementos das bancadas do PSD, PS e CDU na Assembleia Municipal, bem como as representações institucionais do Núcleo de Cantanhede da Liga dos Combatentes, da Associação de Veteranos de Guerra do Centro, da Associação de Filhos de Escola do Concelho de Cantanhede e de algumas associações do Município.
Outros momentos altos da cerimónia ocorreram com a participação da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários, na saudação às bandeiras, e da Banda Filarmónica Marquês de Marialva, que interpretou o Hino Nacional, um trecho da Ode à Alegria, de Beethoven, e o Hino de Cantanhede.
Depois da Missa na Igreja Matriz de Cantanhede, celebrada também por sufrágio de todos os soldados do concelho que participaram na 1.ª Grande Guerra, a celebração do Armistício prosseguiu da parte da tarde, na casa Municipal da Cultura, com a inauguração da exposição “Ser Soldado – Da Guerra à Paz”, organizada pelos serviços da Divisão da Cultura, com a colaboração do colecionador e militar Célio Dias, e no Largo de S. Mateus, com a visita comentada à “Trincheira Evocativa da Grande Guerra – Rememorar 1914-1918”, instalação concebida no âmbito de uma parceria com o Laboratório de Investigação Militar da Carregosa (Oliveira de Azeméis) e o Núcleo de Cantanhede da Liga dos Combatentes.
Finalmente, a efeméride culminou no auditório da Biblioteca Municipal com a apresentação editorial do livro “Da Guerra à Paz – O Concelho de Cantanhede na Primeira Guerra Mundial”, de Fernando Pais, no qual os 474 soldados do concelho de Cantanhede que participaram na Grande Guerra estão referenciados com notas biográficas sobre a sua origem, situação familiar e aspetos da sua condição militar nas frentes de batalha.
A obra é editada pelo Município de Cantanhede para prestar homenagem a esses combatentes, conforme afirmou a Presidente da Câmara, Helena Teodósio, que na ocasião sublinhou o facto de nela estarem referenciados “apelidos que nos são especialmente familiares e que normalmente associamos a certas zonas do território do concelho, apelidos de munícipes com quem hoje convivemos e tiveram antepassados nas frentes de batalha da Grande Guerra”.
A autarca enfatizou ainda o facto de o livro configurar “uma homenagem que não se esgota na celebração da efeméride e permite alimentar a expetativa de que será devidamente valorizado, não apenas nas famílias, mas também nas escolas, pois certamente estas dispõem de margem para fomentar o seu estudo no âmbito dos respetivos projetos educativos”. Segundo Helena Teodósio, “sendo esse um dos objetivos que preside à edição de ‘O Concelho de Cantanhede na Primeira Guerra Mundial’ é também uma boa forma de contribuir para que a memória coletiva preserve a coragem e abnegação dos nossos conterrâneos que se bateram pelas causas que o país defendeu”.