Há anos que a Liga dos Combatentes acalentava este sonho: acrescentar apoio aos combatentes e suas famílias, até ao fim da vida. Era quase uma questão de honra, mas foi, de certeza, uma questão de teimosia, de quem pugna pela dignificação dos que deram de si, o melhor que tinham, nos teatros de operações onde o país os chamou. A Residência Sénior de S. Nuno de Santa Maria está de pé, de boa saúde e recomenda-se. Foi numa cerimónia muito concorrida, que o Secretário de Estado da Defesa Nacional, Marcos Perestrello descerrou a placa que dava vida e asas ao sonho da Liga dos Combatentes, de proporcionar um outono da vida tranquilo, aos seus associados e famílias. Estava assim, cumprida mais uma missão. Outras se seguirão.
E não foi sem emoção, que o Presidente da Direção Central da Liga agradeceu a todos, o testemunho que quiseram dar a esta inauguração, e o apoio que proporcionaram e que calou bem fundo no coração dos seus promotores.
Após a bênção das instalações e da visita ao complexo moderno e funcional, os convidados dirigiram-se para o teatro de Estremoz onde, numa sessão solene, se traçou o percurso, as vitórias e as vicissitudes que, durante anos, acompanharam o desenvolvimento da obra que está à vista de todos, para satisfação de quantos nela participaram. Foi no mesmo tom de congratulações à Liga dos Combatentes que usaram da palavra o Presidente do Núcleo de Estremoz Sargento-mor Vítor Caldeira, o Major Velez Correia, grande impulsionador da obra e incansável negociador de apoios e boas vontades, Sónia Ramos, diretora do Instituto de Segurança Social de Évora, que prometeu todo o empenho daquele organismo público, desde que esteja ao seu alcance, o Presidente da Câmara Luís Mourinha, onde a Liga sempre encontrou um parceiro confiável e disponível e por fim, o Secretário de Estado da Defesa Nacional, que começou por elogiar os antigos combatentes, declarando que esta era uma das mais importantes cerimónias a tinha tido a honra de presidir. Teceu elogios a mais esta realização da Liga, garantindo que esta tem um Presidente intrépido, que «deve ser louvado por mais esta epopeia».
E, chegou a vez da síntese, feita pelo general Chito Rodrigues, que afirmou: «É possível hoje afirmar que nos devemos sentir orgulhosos, por tudo quanto foi feito pela Liga dos Combatentes, pelo empenho do seu vogal arquiteto Varandas que acompanhou toda a obra e o Núcleo de Estremoz, bem como pela Direção Técnica desta Residência, durante este ano decorrido e a reposta conseguida, não obstante os apoios oficiais esperados da segurança social, ainda não tenham atingido o previsto.
Ainda assim, uma gerência rigorosa permite- nos afirmar que não devemos nada a ninguém e temos ao longo de todo este ano uma gestão positiva. Sucesso. Sucesso com dignidade. Profissionalismo. Profissionalismo com solidariedade e carinho. Acima de tudo dignidade e qualidade de vida garantida aos nossos utentes pelas instalações que usufruem e pelo dedicado e qualificado apoio de técnicos e funcionários. Temos uma certeza ao fim deste primeiro ano de vida. A residência de Estremoz está de boa saúde e apta a desempenhar uma missão social e patriótica de apoio ao país e aos membros da Liga dos Combatentes em particular. É no terreno que se observa a vocação da Liga dos Combatentes para fazer face a uma missão de apoio até agora inexistente e que nos orgulha. Estremoz com a residência e Porto com o seu Complexo Social são hoje duas realidades que dão à Liga dos Combatentes uma dimensão com valor acrescentado. Muita coragem persistência e determinação foram necessárias para chegarmos aqui.
Na posse de terrenos garantidos pelas câmaras municipais de Oliveira de Azeméis, Covilhã, Caldas da Rainha, Vila de Rei e Estremoz, concorrendo durante anos, sem sucesso, a todos os Programas abertos pelos governos do País, foi possível finalmente no Programa In-Alentejo, com o apoio da Comunidade Europeia, vermo-nos contemplados com o apoio financeiro indispensável sendo cerca de 80% a fundo perdido, no valor de um milhão e trezentos mil euros. À CCDR de Évora o devemos. Os restantes 20 % resultaram do Programa “um euro um lar” aberto pela Liga para contribuição dos associados, por verbas próprias da sua reserva financeira e algum apoio do Ministério da Defesa Nacional ao nosso Programa Liga solidária. Finalmente dirijo-me a todos e todas que hoje usufruem destes espaços e momentos, afirmando-lhes que tudo faremos para que sejam  de vida o mais tranquila e digna possível. É para eles que trabalhamos e é deles que nos orgulhamos.
Homens que serviram ou mulheres que apoiaram nos momentos mais difíceis das missões a cumprir, merecem de nós Liga dos Combatentes, um trabalho permanente na preservação dos valores que sempre os informaram e na garantia de que direta ou indiretamente o Estado, como representante do Povo Português que serviram, deles se não esquece. A Residência S. Nuno de Santa Maria e o Complexo Social Nossa Senhora da Paz, no Porto também inaugurada há cerca de um ano, constituem hoje, como disse, duas valências sociais que dão à Liga dos Combatentes a sua verdadeira dimensão de apoio social. O Futuro exige-nos ainda mais responsabilidade e exigência. Temos fundadas esperanças de que a tutela do Ministério da Defesa Nacional através do governo e dos governos que lhe sucederão terão a perfeita consciência da dimensão e dos serviços prestados hoje, ao país e aos seus membros, por esta nova Liga dos Combatentes e que lhes proporcionem os apoios indispensáveis ao cumprimento das suas missões estatutárias.»
No final da sessão solene, entoou-se o hino da Liga, que se espera ver repetido em realizações futuras desta natureza.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui