Após a Grande Guerra (1914-1918), os Combatentes animados por um são espírito de fraternidade, sentem o imperativo de se associar para defenderem os seus interesses e ajudarem os inválidos de guerra, as viúvas e os órfãos.
Regressado da Guerra em meados de 1919, o 2.º Sargento Miliciano João Jayme de Faria Affonso, de espírito empreendedor e decidido, que resolve meter ombros a esta árdua tarefa e, por fins de 1919, dá os primeiros passos no sentido de criar uma associação defensora dos Combatentes. Esta primeira tentativa não é coroada de êxito. O desalento, a falta de coesão e solidariedade que se notava na Nação, tinham também contagiado os Homens da Guerra, e o intento de Faria Affonso é malogrado. Mas este homem persistente e obstinado nas suas resoluções não desiste.
Em 1921, Faria Affonso renova os seus propósitos, agora ainda com mais coragem e mais esperança no triunfo. Agrega a si o então Primeiro-tenente Horácio Faria Pereira, aproveitando as suas altas qualidades de inteligência e trabalho e, também, a persistência do Tenente Joaquim de Figueiredo Ministro. Constituem-se em Comissão Organizadora, com o apoio entusiástico dos Tenentes-coronéis Ferreira do Amaral e Francisco Aragão.
Faria Affonso propõe as bases dos Estatutos, Faria Pereira desenvolve em articulado que submetem à apreciação de vários Combatentes, acabando por receber o apoio do Ministério da Marinha e do Ministério da Guerra. No dia 16 de outubro de 1923, realiza-se uma Reunião Magna de onde saem os primeiros corpos diretivos da Liga dos Combatentes da Grande Guerra e é assinada a Ata n.º 1, fundando definitivamente a instituição.
Em 29 de janeiro de 1924, pela Portaria n.º 3888, são publicados os Estatutos em «Diário do Governo» e é oficializada a instituição. Em 19 de março de 1928 é aprovado o Estandarte e autorizado o seu uso em atos oficiais.
Os primeiros anos de atividade da Liga dos Combatentes da Grande Guerra são focados na prestação de apoio e auxílio aos Combatentes e às suas famílias, quer seja na atribuição de subsídios e pensões, mantimentos e, até, pagamento de funerais. A memória dos Combatentes falecidos também não foi esquecida, sendo a instituição responsável por promover as comemorações do Dia do Combatente em 9 de abril e do Dia do Armistício em 11 de novembro, e a criação de lugares de memória (cemitérios e talhões de Combatentes).
No entanto, em 18 de maio de 1934, o regime do Estado Novo decreta uma intervenção direta na administração e gestão da instituição, através da Portaria n.º 7826, colocando um ponto final ao seu funcionamento democrático e dos seus órgãos, passando as Direções a serem diretamente nomeadas pelo Governo. Além disso, nos anos imediatos, assistir-se-á ao término de atividade de outras instituições de carácter republicano e respetiva integração na Liga dos Combatentes da Grande Guerra, casos da Cruzada das Mulheres Portuguesas, Junta Patriótica do Norte e Comissão dos Padrões da Grande Guerra.
Apenas com a revolução de 25 de abril de 1974, consequência da insatisfação política e social do país face à prolongada Guerra do Ultramar, a decorrer desde 1961, é que a Liga dos Combatentes retorna às suas origens de instituição plenamente democrática. O Ministro da Defesa, General Firmino Miguel, assina o Despacho de exoneração do Presidente da instituição General Arnaldo Schulz e determina a sua substituição pelo General João Anacoreta de Almeida Viana para realizar a transição democrática, organizar eleições e aprovar os novos Estatutos com um cariz igualmente democrático. Durante o processo de transição democrática da instituição e do país, duas novas organizações são integradas na Liga dos Combatentes, nomeadamente: o Movimento Nacional Feminino e a União dos Inválidos de Guerra.
Em maio de 2003, com a eleição de um novo Presidente, Tenente-general Joaquim Chito Rodrigues, a Liga dos Combatentes inicia um conjunto de reformas internas tendo em vista a garantia da sua perenidade, organizando as suas ações por áreas de atuação definidas nos seguintes Programas Estratégicos e Estruturantes: Liga Solidária; Conservação das Memórias, Cuidados de Saúde e Apoio Social; Cultura, Cidadania e Defesa; Inovação e Modernização; e, Passagem de Testemunho.
– Cruz de Guerra de 1.ª Classe, pela Portaria de 29 de março de 1928 (Ordem do Exército n.º 4, II Série, de 31 de março de 1928)
– Comenda da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, de 31 de agosto de 1932 (D.G. II Série n.º 207, de 5 de setembro de 1932)
– Comenda da Ordem de Benemerência, de 29 de julho de 1937 (D.G. II Série n.º 175, de 29 de julho de 1937)
– Placa de Honra da Cruz Vermelha, por Portaria de 1 de junho de 1938 (D.G. II Série n.º 131, de 8 de junho de 1938)
– Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique, por alvará de 30 de outubro de 1968 (D.G. II Série n.º 273, de 20 de novembro de 1968)
– Serviços Distintos (grau ouro), por alvará de 7 de outubro de 2005 da Presidência da República
– Grande Colar de Agradecimento, Honra e Mérito da Real Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lisboa, de 15 de outubro de 2013
– Serviços Distintos (grau ouro), por alvará de 22 de novembro de 2013 da Presidência da República
– Membro Honorário da Ordem do Mérito, por alvará de 4 de outubro de 2016 (D.G. II Série, n.º 240, de 16 de dezembro de 2016)
– Medalha Marechal Trompowsky do Instituto dos Docentes do Magistério Militar do Mato Grosso do Sul, Brasil, de 4 de novembro de 2018
– Membro Honorário da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, de 6 de abril de 2019
– Membro Honorário da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, por alvará de 9 de abril de 2021 (D.G., II Série, n.º 81, de 27 de abril de 2021)
– Medalha do Jubileu de Brilhante da Vitória, atribuída em 18 de abril de 2022 pelo Conselho de Outorgas da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil
Condecorações por legado
– Cruzada das Mulheres Portuguesas: Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, de 12 de junho de 1919
– Junta Patriótica do Norte: Dama da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, de 28 de janeiro de 1921